Os principais pontos de divergência entre vacinas da rede pública e da rede privada.
A quantidade de doses é a mesma? Há alguma diferença na composição das vacinas? A rede pública e a rede privada imunizam contra as mesmas doenças? Veja as respostas para essas perguntas e se surpreenda.
A vacinação é um dos mecanismos mais eficientes e seguros para se prevenir doenças. O Programa Nacional de Imunização brasileiro é uma referência mundial e possui um extenso rol de vacinas.
No Brasil, é possível ter acesso às vacinas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e também em clínicas e hospitais particulares.
Tanto as vacinas da rede pública quanto as da rede privada são seguras e seguem as mais rígidas normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, há algumas diferenças relevantes entre elas que precisam ser consideradas ao escolher o local da vacinação.
Sem contar as diferenças relativas às formulações das vacinas, há uma importante discordância no que diz respeito à quantidade de doses e nos tipos de doenças prevenidas.
Por se tratar de um procedimento que deve ser estabelecido em grande escala e, com isso, de elevado custo para o governo — já que as vacinas na rede pública são oferecidas gratuitamente — o SUS se vê obrigado a restringir o acesso a algumas vacinas, priorizando, assim, os grupos de risco por faixa etária.
Além disso, em alguns casos, o governo opta por oferecer vacinas para tipos das doenças de maior incidência e, portanto, não cobrindo outros tipos graves, porém, com menor ocorrência, como é o caso da meningite. Para prevenir essa doença, a rede pública oferece a vacina “meningocócica C conjugada”, o tipo responsável por 70% dos casos de meningite. No entanto, 20% dos casos estão divididos entre os tipos A, W e Y. Apenas na rede privada é possível encontrar a “meningocócica conjugada ACWY”, vacina quadrivalente que protege contra os quatro principais tipos de meningite.
Algumas particularidades entre as vacinas das redes pública e privada
Rotavírus
A vacina oral monovalente (VRH1) é disponibilizada na rede pública, como o nome propõe, ela protege contra um tipo de vírus. Já na rede privada, é oferecida a vacina oral atenuada pentavalente (VR5), protegendo a criança contra mais tipos do vírus.
Hepatite A
A vacina contra a hepatite A é oferecida na rede pública em uma única dose para crianças com um ano de idade. A rede privada segue a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e disponibiliza uma segunda dose após seis meses da primeira, garantindo a imunidade contra a doença também na vida adulta, tendo em vista que uma única dose não pode assegurar isso.
Meningite B
Assim como a vacina contra as meningites A, W e Y, a do tipo B também só é oferecida na rede privada, seguindo a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Vacina varicela
Essa vacina protege contra a catapora. No SUS, ela é oferecida em uma única dose. No entanto, especialistas dizem que isso não é suficiente para prevenir a doença, apenas evita que versões mais graves dela sejam contraídas, fazendo-se necessária uma segunda dose da vacina.
Vacina contra o HPV
O SUS oferece a vacina apenas para meninas de 09 a 13 anos. No entanto, a SBIm recomenda que os meninos também sejam imunizados com a mesma quantidade de doses e na mesma idade. Os meninos e as meninas também podem ser vacinados na rede privada a partir dos 09 anos.
Penta x Nonavalentee
Segundo o calendário de vacinação, faz-se necessário que os bebês sejam imunizados contra seis doenças (difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e Haemophilus influenzae do tipo b) aos dois, quatro e seis meses de vida.
Essas vacinas são oferecidas nas redes pública e privada. No SUS, são oferecidas a pentavalente e a hepatite B separadamente. Já na rede privada, é disponibilizada a vacina nonavalente, que protege contra 5 sorotipos a mais que a da rede pública.
Além de receber apenas uma picada na rede privada, a vacina nonavalente é acelular, enquanto na rede pública ela feita com partes inteiras das bactérias e dos vírus. Embora a segurança e a eficácia sejam semelhantes, os efeitos adversos são ainda menores com o uso da vacina acelular.
Com isso, é possível perceber que os serviços de imunização da rede privada são disponibilizados como uma alternativa igualmente segura e ainda mais completa, tendo em vista as limitações do setor público ao não conseguir oferecer todas as vacinas recomendas pela Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.